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Mostrando postagens de 2018

O autoengano não é uma saída

A mentira, embora condenada socialmente em suas diversas formas, muitas vezes permeia sutilmente nosso dia a dia. Justificamos algumas mentiras como uma forma de manter a paz social, como quando elogiamos o cabelo da colega, mesmo quando não está tão bonito. Essas 'mentirinhas' podem evitar ofensas desnecessárias, alegrar o próximo, e ainda proporcionar uma convivência mais pacífica. Mas, apesar das boas intenções, enganar o próximo não é uma conduta íntegra. Nesse contexto, surge a questão: se não é íntegro enganar o próximo, seria íntegro enganar a nós mesmos?   O autoengano, é resultado de um processo mental em que aceitamos como verdadeira uma informação que sabemos ser falsa, é uma forma comum de mentira para si mesmo. São as mentiras que contamos para nós mesmos e que se tornam verdades. É a ilusão de que tudo está bem mesmo quando se está à beira do precipício. É um mecanismo inconsciente de autodefesa, uma fuga da verdade que nos amedronta.             Quando a verdade

Tudo passa, tudo passará

    A frase do saudoso Renato Russo: “Tudo passa, tudo passará”, é incrível em sua simplicidade e profundidade, capaz de nos trazer uma grande reflexão.   Ao nos depararmos com essas palavras, somos envolvidos por um misto sentimento de alegria e tristeza. Ela nos lembra que nada é estático, que diariamente enfrentamos mudanças que, de uma forma ou de outra, nos impactam. Mudanças inevitáveis que, às vezes, trazem alegria, mas em outras ocasiões, carregam consigo doses de tristeza.   Essa frase nos desperta para o entendimento de que a vida é dinâmica, estamos em constante movimento. Isso nos traz alegria ao saber que nenhum problema será eterno, nenhuma dificuldade durará para sempre, e que até mesmo nossos inimigos são passageiros. Por outro lado, nos lembra que, se os dias ruins não são eternos, os dias de paz e tranquilidade também não serão.   O autor de Eclesiastes nos ensina que: “Para tudo há uma ocasião certa; há um tempo certo para cada propósito debaixo do céu”. Assim, comp

Respeito é bom, e todo mundo gosta

É curioso como o ser humano muitas vezes invade a intimidade alheia sem qualquer pudor. Qualquer escolha que fuja do padrão estabelecido por ele pode ser motivo de discórdia. Alguns se adaptam a essas pressões sociais, enquanto outros enfrentam dificuldades para lidar com essa imposição. Por isso, não é incomum que pessoas exijam indenizações por danos morais, como forma de reparação por atitudes que atentam contra a honra, a intimidade e a reputação.   Observar esse cenário é, de certa forma, triste. Não tanto pelas opiniões sobre a vida alheia, mas pela falta de respeito presente em muitas interações humanas. O respeito é um valor importantíssimo para a convivência social, especialmente nos dias atuais, em que as pessoas se sentem cada vez mais livres para expressarem suas opiniões e assumirem os mais diversificados estilos de vida.   É incrível como o ser humano sente a necessidade de ser aceito pela sociedade, mas ao mesmo tempo, háuma grande dificuldade em aceitar o outro em suas

O que realmente importa?

Se alguém chegasse até você e fizesse as seguintes perguntas: o que realmente importa? O que você valoriza na vida? Seriam perguntas simples, mas as respostas podem ser mais complexas do que parecem. Muitas vezes, as respostas que temos prontas não refletem nossos valores e prioridades. Dizemos uma coisa, mas nossas ações mostram outra. Agimos de forma imperceptível, acreditando que estamos vivendo de acordo com nossos valores, até que os fracassos nos fazem perceber que falhamos.   As falhas são fontes constantes de aprendizado, mas nem sempre valorizamos as lições que elas nos trazem. Não gostamos de admitir que, se tivéssemos agido de outra forma, as coisas teriam sido diferentes.   Se não valorizamos os erros, por que não evitá-los? Talvez seja porque não percebemos os riscos envolvidos nas pequenas e médias decisões. Quando pensamos em riscos 'altos', tendemos a ser mais cuidadosos e racionais em nossas decisões. No entanto, muitas vezes não calculamos o risco que nossas a

Não é a velocidade

Outro dia, enquanto eu estava na estrada, algo aconteceu que me fez refletir bastante sobre a vida. Um veículo em alta velocidade decidiu ultrapassar o meu, parecendo estar com muita pressa. Continuei minha viagem tranquilamente e, uma hora depois, fiquei surpresa ao encontrar aquele mesmo veículo novamente, enquanto eu seguia moderadamente em direção ao meu destino e ele seguia desesperadamente em direção ao seu. Minutos depois, nos deparamos com uma subida íngreme, e logo percebi que ele estava perdendo força e ficando para trás. Foi aí que entendi o que me permitiu alcançá-lo novamente. Apesar de nossos carros serem visualmente semelhantes, a potência do motor fazia toda a diferença. Assim, por mais que ele estivesse em alta velocidade, em algum momento, diante dos obstáculos, eu o alcançaria novamente e o deixaria para trás.   Essa simples experiência na estrada me fez refletir sobre as experiências cotidianas. Onde compreendemos que a vida é uma jornada percorrida diariamente em d