“Nada há, fora do homem, que, entrando nele, o possa contaminar; mas o
que sai dele isso é que contamina o homem.” (Marcos 7:15)
Aprendemos através da palavra de Deus que a maldade do homem, amargura, corrupção e cólera, não vêm de fora e sim de dentro. Esses e outros
sentimentos nascem dentro dos nossos corações. Como e porque isso acontece? Uma única
palavra traduz tudo isso: Cobiça. Esse é um sentimento que acompanha a raça
humana desde a criação do mundo.
“Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não
comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais.” ( Gênesis 3:3)
“E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos
olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e
deu também a seu marido, e ele comeu com ela.” (Gênesis 3:6)
Adão e Eva podiam experimentar o fruto
de todas das árvores do jardim do Éden, com exceção de uma. E ambos através de
um sentimento de cobiça foram totalmente atraídos a experimentar justamente o fruto
da única árvore a qual Deus havia vetado.
O que seria esse
sentimento de cobiça? Desejo desmedido pelo poder, dinheiro, bens materiais, glórias; obstinação
intensa para conseguir algo.
Como que a cobiça
nasce em nossos corações? A palavra de Deus nos diz que: “A
candeia do corpo são os olhos;” (Mateus 6:22)
A cobiça é gerada
através dos nossos olhos. Através dos nossos olhos temos a oportunidade de ver
tudo o que nos pertence e também tudo o que pertence ao próximo, cabendo a nós fazer
a distinção dessa linha tênue.
A cobiça pode nos
prejudicar? Por quê? Sim, pois nós seres humanos temos grande facilidade em
confundir nossas aspirações com cobiça. Diferente da cobiça, a aspiração é
apenas uma vontade imensa de conseguir alguma coisa; um sonho; Todos nós podemos
ter aspirações e trabalhar para alcançar os nossos objetivos, no entanto a
cobiça tende a explorar e externar no ser humano o seu lado mais sombrio, fazendo
com que o mesmo perca a noção do certo e do errado. Não havendo espaço para a
palavra NÃO, as palavras de ordem
são: Eu posso; eu consigo. Perde-se o limite e principalmente o respeito ao
próximo. Amizades e relacionamentos se dissipam como num passe de mágica.
Podemos perceber o
quanto a cobiça é prejudicial ao homem, através da história de Nabote, um israelita da cidade de Jezreel, que vivia no tempo do
rei Acabe. (1 Reis 21).
Nabote tinha
uma bela e próspera vinha perto do palácio real. O rei Acabe também tinha uma
vinha, mas diariamente admirava e cobiçava a vinha do vizinho, já que a sua,
não era tão bela e próspera. Em um determinado dia, Acabe, grande apreciador da
vinha de Nabote, toma uma decisão, resolve ir até o vizinho, fazer-lhe uma
proposta, acerca da sua vinha. “
Dá-me a tua vinha...” ( 1 Reis 21: 2)
Quem em
algum momento, não recebeu uma proposta e ficou em dúvidas a cerca da tomada de
decisão? Como analisarmos uma proposta, sem corremos o risco de sermos vítimas
das cobiças alheias?
Através de
Nabote aprendemos uma grande lição: Em uma negociação, mais importante que a
oferta é ficar atento à argumentação.
A proposta
de Acabe é simples, ele pede a Nabote a sua vinha, no entanto, não compreende a
importância da sua argumentação. Se perguntássemos a Acabe o motivo pelo qual
Nabote deveria dar-lhe a sua vinha, eis às respostas de Acabe:
“... para que me sirva de horta...”
“... pois está perto, ao lado da minha
casa.”
“ ... Dar-te-ei
por ela outra, melhor.”
“...
Dar-te-ei em dinheiro o que ela vale.”
Mediante a fraca argumentação
de Acabe, Nabote, disse que não o daria a sua vinha e usou apenas um argumento:
“ Não te darei a herança de meus pais.”
Acabe queria a vinha de Nabote,
mas não teve argumentos o suficiente para convencê-lo. Nabote tinha um
argumento forte, a vinha era herança de seus pais, e além do valor financeiro,
tinha um valor sentimental. Infelizmente, algumas pessoas
não estão preparadas para ouvir o nosso não, e cobertos de argumentos fúteis e
supérfluos, desprezam as nossas justificativas.
Acabe mediante a recusa de
Nabote, ficou deprimido, e sua mulher Jezabel indignada com aquela situação, arma
uma cilada para Nabote, fazendo com que o mesmo fosse apedrejado. Acabe
finalmente toma posse da tão desejada vinha de Nabote.
É
incrível como as pessoas são más e fazem tudo para alcançar aquilo que é do
outro e muitas vezes não para possuir, mas para ter o prazer de ver o outro
perder. Acabe admirava a vinha de Nabote, mas queria se apropriar da mesma para em seu lugar fazer uma horta.Que tipo de admiração é essa? Aspiração ou cobiça?
Acabe
de maneira ilícita se apoderou da vinha de Nabote, no entanto ao lermos o
capítulo 21 de 1 Reis, vamos ver a justiça de Deus sendo manifestada.
O homem
pode fazer maldade, mas: “Deus é juiz justo, um Deus que se ira todos os dias.” (Salmos 7:11)
Precisamos
ter bastante cuidado com as pessoas que estão perto de nós, muitas delas, assim
como Acabe, querem apenas se apoderar da nossa vinha. Fique atento aos
argumentos.
“De ninguém cobicei a prata, nem o ouro,
nem o vestuário.” (Atos 20:33)
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